sexta-feira, 18 de julho de 2008

E agora, Josés?




"A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José? e agora, Você?"

Quem acompanha a cena político-partidária de Ribeirão Preto percebeu algo estranho com a não homologação da candidatura a prefeito vislumbrada pelo acadêmico da USP, José Aparecido. Certamente, a reação dos mais atentos foi uma reflexão sobre a eventual ingenuidade do professor e, ainda, chegaram ao ponto de evocar "O Príncipe" de Maquiavel para explicar toda a sujeira envolvida num processo de candidatura política. Embora a figura do professor seja digna de inúmeros elogios é preciso observar o que ele representava. José era mais que o Aparecido, José era o cientista, José era o acadêmico. A candidatura do Aparecido era a candidatura da ciência, uma candidatura dos Josés: Josés metódicos, Josés éticos, Josés pragmáticos. A traição ao Aparecido foi um aviso do sistema político ribeiraopretano ao mundo acadêmico: “Fiquem em suas escrivaninhas, aqui nós ditamos as regras!”. Um alerta para que os Josés permaneçam em seu mundo empoeirado e cheio de traças. Uma afronta da elite política à elite intelectual. Agora só resta saber se haverá revide e se ocorrerá em tempo. Parafraseando Drummond: Vocês marcham, Josés! Josés, para onde?