domingo, 5 de setembro de 2010

Rotina asséptica




Chegou com cara de sono,
tomou café com açucar
e ligou o computador.

O velho mendigo da calçada
agonizando implorou pela vida,
o policial que cumpria o dever
disparou na boca e na panturrilha.

Um avião explodiu no edifício,
outro arrasou o deserto,
o jovem soldado indefeso
metralhou um turbante de perto.

O negro corria e sorria
com o brilho de um diamante,
caiu distante do braço
que segurava a pedra brilhante.

E no final do expediente,
com o computador desligado,
lembrou do meio ambiente
ao pisar numa garrafa d'água.

Essa poesia está no Sexta Poética, em: http://sextapoetica.com.br/wiki/index.php?title=Rotina_asséptica

Imagem disponível sob CC, em: http://farm5.static.flickr.com/4094/4894452378_49ff313d20.jpg

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